Mariana de Moraes, mas podem chamar de Mari. Tem 27 anos e mora na cidade de Bauru, interior de São Paulo. Comunicadora por natureza, cursou Relações Públicas para profissionalizar sua paixão pelas pessoas e pelas muitas formas que encontramos de criar histórias. É co-fundadora do coletivo RPretas, estudiosa do marketing de patrocínio como ferramenta de relacionamento, entusiasta das ferramentas digitais e aventureira na empresa modelo.
A Mari foi a pessoa que nos ajudou a dar rosto, voz e personalidade para a nossa última campanha "A Revolução Está nos Detalhes". Entrevistamos a Mari Moraes e ela contou um pouquinho como tem lidado com o trabalho de comunicação em tempos de pandemia.

1.Como você soube que queria trabalhar com comunicação?
Na infância eu já era super comunicativa, minhas brincadeiras favoritas eram entrevistar pessoas e fingir que estava apresentando algum programa de TV. Quando não era assim, eu era a artista que me apresentava e dava um discurso emocionante na frente das câmeras. Na escola eu sempre fui taxada como a tagarela. Toda reunião de pais era "a Mariana é uma excelente aluna, mas conversa demais e distrai os amigos". Quando eu cheguei ao ensino médio, eu tinha uma postura de organizar as demandas mais complicadas: organizar a turma pra fazer os trabalhos, quem iria na casa de quem, quem ficaria com cada parte. Mais pra frente, me meti em grêmio estudantil, organizei festas na escola, tava sempre no meio da galera de humanas, das artes...
Um dia, minha professora de Língua Portuguesa me deu um caderno de cursos da UNESP e me mostrou o curso de Relações Públicas, na época eu nunca tinha ouvido falar dessa profissão, mas achei muito curioso quando pesquisei mais e adorei. Depois, lembrei que a Samantha que era minha personagem favorita de Sex and The City era RP e eu adorei, achei muito chique! kkkkkkkk2.Quais são seus desafios de conciliar o trabalho criativo com as demandas do mercado?
Meu maior desafio tem sido encontrar uma maneira de existir de forma significativa em meio ao momento que estamos vivendo. Eu tenho me questionado diariamente a respeito das "novas soluções" que surgem dia após dia... honestamente, eu não acredito que o que é "tendência", em parâmetros de mercado, seja tendência para todo mundo. Eu defendo muito a ideia de que a comunicação é e sempre vai ser relacionamento, identificação, proximidade e, principalmente, as nossas particularidades.
O mercado hoje, apontando diretamente para o digital, exige um comportamento homogêneo dos profissionais que não existem no mundo real, que é o de que todas as pessoas precisam seguir essas tendências independente de sua área de atuação.
Dia desses vi um vídeo de uma mulher que dizia "se o meu negócio depender de dancinha, eu to ferrada!", e isso é a mais pura verdade. Pode parecer um papo até meio conservador, mas vou explicar: acho incrível quem consegue incluir em suas demandas, todo o trabalho de aprender um "trend" do Tik Tok, é genial! Mas algumas tendências se encaixam melhor em determinados tipos de negócios, até mesmo pelo tempo que leva essas produções e, aqueles que não se enquadram, acabam acreditando que não existe espaço para a criatividade deles no mercado, porque parece não ser a criatividade que a tendência do momento exige, entende?
Hoje, me pego nesse espaço onde muitas vezes tenho bloqueios criativos para produzir alguma coisa em meio a tantas outras que se destacam, mas que também se repetem. A critério de criatividade, o mercado tem demandado que a gente entregue conteúdos e diferencial 24/7 das nossas vidas, uma vez que esses são dois elementos que também se encontram presentes em outras demandas.
3.O que te inspira?
Gente me inspira. Eu tenho uma "encanação" que eu desenvolvi na vida adulta e, vira e mexe, eu me pego pensando nisso. Nunca consegui ser a pessoa que coleciona coisas, que tem isso ou aquilo favorito, que tem um CD ou filme favorito, um lugar favorito. E isso sempre me faz pensar se eu tenho uma falha ali na coisinha que me traz a criatividade, é um vazio que não é vazio, se é que me entende. Mas eu sempre gostei de gente e isso fez com que eu nunca me importasse com o onde ou quando, mas MUITO com o "com quem".
Eu gosto de conversar com outras pessoas e perguntar sobre as coisas mais "não te interessa" do mundo. Eu pergunto o nome da mãe, do pai, quantos tios tem, se tem irmão, como chama o irmão, se você se dá bem com esse irmão. Eu acredito fielmente que quanto mais informação a gente tem sobre as pessoas, mais difícil vai ser julgar ela por simplesmente estar como você a conheceu. Eu gosto de saber quais são os sonhos dela e se eu conheço alguém que tem um sonho que se encaixa nesse sonho. Eu observo as pessoas nos lugares e sim, porque sou curiosa com todas as nossas diferenças e similaridades.
4.Como você tem se organizado?
Em meio a pandemia, mais do que nunca estou tentando manter uma rotina. Durante esse tempo todo dentro de casa eu já tive muitas fases, principalmente aquela na qual ter uma rotina, organizar os planos para o futuro sem saber como vai ser esse futuro, não faziam o menor sentido.
Hoje eu tenho me organizado para fazer coisas simples: acordar, alongar (quando não tenho ânimo de me exercitar), tomar um banho pra dar aquela renovada, comer e então começar a rotina de telas, que acaba sendo super cansativa. Se o home office facilitou algumas situações rotineiras, como não precisar mais sair para reuniões que se prolongam e que matam o seu tempo no trânsito e em toda uma rotina cansativa, agora estamos vivendo uma rotina de encontrar limites para os nossos horários comerciais e demandas.
Houve um momento em que eu sentava no computador às 10h da manhã, não fazia outra coisa até umas 20h da noite, muitas vezes até pulando refeições. Então, criei o hábito de toda segunda-feira distribuir nos dias da semana as tarefas que eram certezas e vou ajustando conforme os dias se passam, o que surge e não é urgente fica pro final da semana ou entra no planejamento da próxima segunda. É bom demais estar no corre, mas é bom saber também que amanhã as suas tarefas estarão lá, o mundo não vai acabar se eu descansar quando preciso.
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